sábado, 12 de abril de 2008

Se eu pudesse, eu iria morar bem longe...lá naquela casinha que tem no alto das montanhas que vimos nos quadros ou senão aquelas q qdo vamos viajar e pegamos uma longa estrada,fica no meio do nada. Se pudesse,nadaria incansavelmente até o meio do oceano e só pararia quandonão conseguisse ver mais nada a minha volta .Se pudesse, voltaria a minha infância e qdo me batasse agonia, me esconderia embaixo da máquina de costuras da minha mãe, onde ficavam os pedais.

Se eu pudesse, me apaixonaria menos, confiaria menos nas pessoas, criaria menos ilusões, não seria geminiana...Se pudesse,voltaria no tempo e acompanharia meu pai todas as vezes q ele foi à padaria,ao mercado ou simplesmente qdo ficava sentado no sofá.Fui constante com ele, nunca fugi de dar-lhe todo o carinho que tenho, mas qdo não temos mais a pessoa conosco, a impressão q temos é q dava pra fazer maisum pouco , dava pra aproveitar mais uns 5 minutinhos, que fazem tta falta hoje.


Leria menos essas baboseiras q escrevem q vc deve sempre amar mais, arriscar mais,se darpor inteiro e tudo mais...Loucos.É tudo o avesso...esses poetas e cronistas...será q fazem por vingança? Se feriram e falam "Vamos, faça o mesmo...vai dar certo com vc".Nunca dá...


Queria q tivessem menos filmes de comédias românticas em q nada condiz com a realidade.O mocinho nunca volta no final, ninguém grita seu nome em aeroporto cheio...E aquele teu melhor amigo não é apaixonado por vc desde a infância...Mentira. Gostaria q a vida tivesse menos mentiras.Que as pessoas fossem mais verdadeiras, menos interesseiras, mais reais.


Na verdade, gostaria mesmo q as pessoas continuassem a ser como crianças.Que dissessem a verdade na maior naturalidade possível, que não fingissem amar, que cantassem no meio da rua como se não houvesse ninguém à volta, que encarassem nos olhos alguém qdo tivessem vontade, sem medode represálias....Que qdo sentissem dor ou mágoa, chorassem alto, até derramarem todas as lágrimas e gritassem os pulmões, que dividissem sua dor, sem vergonha nenhuma.Que como crianças, fizessem amigos na maior facilidade a qq lugar que fossem, que percebessem coisas q qdo crescemos simplesmente não precebemos mais.


Queria ter menos medo.Medo de que o tempo passe e que não dê tempo de tudo.Medo de não dar tempo de achar o real sentido das coisas, de descobrir q as coisas valem mesmo à pena.Medo de ter sentido um frio na espinha, uma forte emoção e confundido com amor e morrer, sem nunca tê-lo experimentado de fato....Medo de depois de muito e muito tempo, lá na frente ,olhar pra trás e perceber q " Puetz....peguei o caminho errado...o certo era p/ outro lado, mas agora não sei como voltar mais..."Medo de não conseguir saltar de pára-quedas, de não ter meu cachorro dos sonhos, de não aprender a tocar violão,medo de não ter tempo de ter meu querido filho Bem ou minha pequena Luíza...
Queria ter bem menos medo.

Queria ter um controle remoto do tempo para esticar o fds maravilhoso no campo,meu almoço em família, a Victória ainda bebê, meus bons momentos de namoro e de paquera e diminuir a minha ansiedade, meu imediatismo para que as coisas aconteçam.Diminuir minha vontade de compreender o processo em que as coisas ocorrem,minha dificuldade em escolher uma opçãozinha só,assinalar uma alternativa somente....q dificuldade...

Mas como não posso ir além do que me foi imposto, me contento em viver o hoje, do jeitinho q sou...

Com meus amigos e seus defeitos,que os tornam tão especiais...sem meu amor gritar meu nome no aeroporto,mas falar no meu ouvido o qto me ama....Ser vítima da praga de poetas e cronistas e me apaixonar todo santo diaincorrigivelmente.......

E quanto a ter o controle sobre o tempo...Bobagem a minha.
Se pudesse brincar com o tempo,não haveria recordações, nem saudade , nem a busca de fazer melhor da próxima vez...


Porque tudo q se sabe é q aqueles bons momentos q passaram são insubstituíveis e revivê-los perderia toda a graça.


Selma Fonzseca em 11/04/2008.