domingo, 30 de agosto de 2009

Plin Plin

É que às vezes é complicado andar no ritmo que o sistema pede. Que a sociedade, as pessoas e a mídia pede.
Cara, isso tudo é muito estranho. Nem curto muito modismos,mas quando vc vai a uma loja comprar alguma coisa, o que tem p/ momento é o que está na moda.Pq é descolado, pq é fashion, pq não sei quem da novela usa e pronto. Tá na Globo, querida? Vc tem q usar tb...E acho tudo isso falso.
É falso vc olhar p/ TV e não se ver, não se identificar. É terrível vc desfolhar uma revista e ver gente que está há anos luz do que você possa se parecer. Nem me frustro, pq falsidade e essa carga de imposições irreais não dá p/ frustrar, mas dá p/ irritar.
Detesto TV por alguns motivos, entre eles por influenciar tanto a massa a ponto de decidir sobre o rumo que tomará sua vida amorosa e o tipo de cabelo que vai usar.Revista? Algumas excelentes q lembro de cabeça “ Bons Fluídos” ( assino e sou super fã fiel), “Vida Simples”, “Piauí” ,”Época”...Agora, por misericórdia, não me venha com tipo “Cláudia” e “Nova”.
Muita coisa me deixa puta ou no mínimo me faz respirar fundo e pensar: “ q merda,bicho!”
Conheço um mte de gente e acabo ouvindo coisas assim...que” tal balada só tem gente bonita”, que “PRECISA de um perfume da marca tal” ou quando se descreve alguém “ Fulana estava linda. Com um vestido da marca X, bolsa da marca Y e lingerie da marca Z”.

Futilidades. Idiotices.
Caramba...eu tenho mesmo q conviver com gente que é o que tem e não o que é? Sim. Todos temos...que pena,né?!
Não leia esse post achando que sou uma baranguéte frustrada com dor de cotovelo....opa! Ainda tenho uns fãs aí, hein?!rsrsrs...A questão não é essa, a questão é q inteligência não permite ser posta à prova. Que não é possível que esfreguem na nossa cara uns absurdos assim...Pregando como devemos nos portar, vestir, falar, pesar, comer...quem devemos amar. Tem enquete dizendo qual o seu tipo de par ideal, como vc deve ser boa/bom na cama. Programa de TV que filma o dia-a-dia de uma família para corrigir o que há de errado.Gente q vc nunca viu na vida, dando pitaco.
Galera: Amor. Receita é essa: amor. E cada um sente de um jeito.
Não sou eu, nem um cara q estudou em 80 países , nem uma Consultora,que vai saber o modo certo...Bicho: Ame.
Ame-se, ame errado, ame diferente....ame o próximo. Amor serve p/ tudo....Tudinho.

A pessoa q está bem com ela mesmo, vai acabar achando a roupa certa a por, a balada certa a ir, o perfume q lhe cai melhor...E na maioria das vezes, ela não está bem consigo mesmo pq não corresponde às expectativas de uma sociedade hipócrita que dita uma cartilha de felicidade estúpida.

“Viva! Viva a sociedade alternativa!!!
Viva Raul!!!!”

branco.

Semana passada, voltando do trampo, ônibus lotaaaado. Imagina, horário de rush. Trabalho ao lado do aeroporto de Congonhas,pego a Washington Luís e tals...Ou seja, punk.
Mas eu estava com meu salvador Ipod (obrigada a quem inventou o Ipod, pq ele me salva todos os dias.Que delícia ouvir as músicas que amo, alheia a tudo que se passa...Eu juro que ia pesquisar quem inventou no oráculo Google, mas to com preguiça agora...depois vai...).Então, estava eu sentada de um lado do ônibus , no meio milhares de pessoas em pé não me permitindo ver quem estava sentado na outra fileira.
Foi quando me chamaram.

- Psiu, oi Selma.
(alguém q estava em pé me cutucou pq eu estava com o Ipod, sinalizando que outra pessoa sentada na outra fileira estava me chamando e generosamente, deu um espacinho para que eu visse quem era)
- Oi!!!!! Nem tinha te visto, desculpa...ônibus cheio.
(Era a irmã da minha amiga, amiga de uns 10 anos, Bia. Mas eu simplesmente não lem-bra-va o nome na irmã dela q estava ali na minha frente...q agonia isso)
- Então Selma, como está? Vai ser a formatura da Bia em setembro, vc vai né?
- Vou, vou sim....onde será mesmo? (e o nome dela nada, nada....)
- Patati, patatá....e Selma, patati, patatá, né Selma?
- É mesmo, linda...E blá, blá, blá (pfavor....é só um nome cérebro...e eu recebi um e-mail q falava q se a gente não forçar a lembrar das coisas na hora, quando fica velho, pega Alzheimer...)
- E vc , já casou? E o Caio?
- Não, me separei....Faz um tempo já, fará um ano, Dé.
( claro q a essa altura o ônibus todo estava prestando atenção na nossa conversa....e me dei conta, Débora é o nome da amiga da Bia q adoro demais,não é o nome da irmã dela...e lancei um “Dé”...pueeeeeeeeeeeetzzzz)
- É mesmo? Mas ficaram tanto tempo juntos....pq não deu certo? Nem dá p/ imaginar vc sem ele...
( aí não,né?! ainda esse assunto? Não me faça chegar em casa e ficar chorando ouvindo Roberto Carlos, pfavor, sem-nome...Clemência!)
- Deu certo no tempo q tinha q dar....e seus pais?
- Então, Selma....tão bem e sijbfa isfjbajsk fbajsbnd ams dahusbjk sdbfas kdbfgau.
- Que bom...Vamos marcar alguma coisa, meu! (frase de praxe...)
- Vamos, Selma....Mas a gente se vê na formatura de qq modo..
( pára de falar meu nome 1000X, q tortura....ai, eu vou lembrar...eu preciso lembrar....Bianca não, Tereza não, Angélica?! Não, não....Márcia? Ela não tem cara de Márcia....)
- Vou descer, Sel. A gente se fala, ta?
- Tá bom, amore...adorei te ver, viu?! Dá beijo lá em casa.


Ela desceu do ônibus.

Lembrei! Andréia!!!!!

Ipod.

Não aguentei, fui pesquisar sobre o quem inventou o Ipod e olha o absurdo que eu descobri:


“A Apple finalmente admitiu que um inglês que deixou a escola aos 15 anos é "o inventor do iPod", diz o
Daily Mail. No caso, o homem é Kane Kramer, que supostamente teria inventado a tecnologia que move os players da Apple (e de outros fabricantes) 30 anos atrás, mas não viu nenhum retorno em seu investimento (...)
O inventor desconhecido criou um conceito chamado IXI em 1979. Era um tocador de música digital do tamanho de um cartão de crédito, com uma tela retangular e um botão de menu central. O aparelho armazenaria apenas três minutos e meio de dados em seu chip. Segundo o jornal, Kramer conseguiu patentear seu invento, mas em 1988 não tinha as 60 mil libras necessárias para renovar a patente em 120 países e "a tecnologia se tornar pública propriamente".
Embora Kramer não tenha mais queixas contra a Apple, ele ajudou a companhia em sua defesa contra a Burst.com. "Para ser honesto, estava feliz de perceber que algo que fiz foi um grande sucesso e mudou a indústria da música, e isso foi reconhecido", afirmou. Kramer agora negocia com a Apple alguma espécie de compensação pelos direitos autorais de seus desenhos originais, mas por enquanto recebeu apenas pagamentos por serviços de consultoria. Ele teve de vender sua casa no ano passado e se mudar para um apartamento alugado com sua mulher e três filhos.”

(http://idgnow.uol.com.br/computacao_pessoal/2008/09/08/ingles-inventou-o-ipod-admite-apple/)

Só para a gente entender: O cara inventa há 30 anos um aparelho que revoluciona o mundo, que salva milhares de pessoas como eu (literalmente...a música edifica, relaxa, faz bem para N fins para humanos e outras espécies).Daí, ele tem q patentear a marca, não guenta o tranco de pagar a bagatela de 60 mil libras e perde a patente.
Apple abocanha o projeto e carimba a maçã e fatura milhões.
Hoje o nosso amigo Kramer teve complicações financeiras, vendeu a casa, mora de aluguel num apto com sua mulher, seus filhos e seus respectivos Ipods.Eles chegam na escola e dizem: “ta vendo isso aí q vc tá ouvindo? Meu pai q inventou”.
Talvez por essa razão , foram transferidos de escola 40 vezes, por serem atacados à tomatadas, cuecão e bexiga de xixi.(essa parte foi por minha conta....mas imagina se não rolou....rs)

E termina aqui mais uma edição de “Pessoas que foram sacaneadas ao redor do mundo”.




Kraner e o rascunho de seu projeto (dica:ñ joguem rascunhos importantes fora. Eu já vou ver onde estão meus projetos de ciência da 6ª série,apenas por precaução)




quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Ê Dona Cida!

Estou passando uma fase punk no trampo. Cobrança ao centésimo expoente, sabe assim? Tendo insônia e quando consigo dormir , é de cansaço puro e acordo pensando em como resolver as coisas.Adianta tudo isso? Não, eu sei. Nenhum pouco, mas não estou conseguindo desligar da tomada.

E hj de manhã acordei a 200km/h e antes de sair p/ trabalho fiz umas ligações de casa mesmo, para tentar assentar um pouco a poeira antes de chegar lá. Estava na sala, ao telefone e minha mãe veio me trazer um café e voltou para a cozinha.

Quando desliguei , fui até ela para agradecer e ela estava encostada na pia, com o avental , tomando café e me olhou com um carinho que me penetrou a alma bicho, juro por Deus.

- Como vc é boa, filha. Como vc tem o coração bom, como me orgulho de vc. Deus tá vendo tudo isso, viu?! Eu tenho muita fé na justiça divina e Deus sabe tudo o que se passa no seu coração...Por mais que qualquer pessoa aí fora fale qq coisa, Deus sabe como vc é boa.

Velho, me emocionei na hora. Imagina você lá, pilhada, achando que todo tiro que dá sai pela culatra, sem ver saída p/ uma série de coisas e vêm uma senhorinha, com uma bondade e um senso de justiça irreparável te abençoando, falando tudo isso.

Minha mãe é aquela coisa toda descrita pelo Ben Jor "ela meu estado de espírito/ ela é a minha proteção". Sem dúvida nenhuma é a melhor pessoa, do melhor caráter do mundo.Engraçado como ela é toda feita de dons. Eu não preciso ficar falando e detalhando coisas chatas, ela sabe. Ela entende.

Ela passa por cima de princípios dela, de coisas que ela julga serem certas e eu não mais....Deixei de frequentar a igreja dela há muitos anos atrás, por N motivos, bom, saí. No inicío isso a afetou assustadoramente e com o tempo, ela quase se acostumou. Hoje ela deixa para trás uma série de coisas q ela julga serem vitais e abraça minhas causas, me acolhe com todo amor possível e enxerga além de qualquer pessoa.É o único ser humano que vê meu caminhão de defeitos e diz na maior sinceridade que "Deus vê tudo, ele sabe quem vc é!".
É essa credulidade ímpar que ela tem que me encoraja a matar 80 leões e meio por dia, que me permite dividir esse amor que ela (e toda minha família) me dá aos que estão à minha volta.

Outro dia, tava um frio do caramba e ela me ligou no serviço. Falei que estava correndo, que não tinha hora p'ra chegar e soltei :"Nossa,mãe...sabe o q eu queria agora? Um capuccino...Sabe aqueles cremosos???hummm...."

No outro dia de manhã, ela fez como criança e apontou : "olha o que eu comprei p/ vc, filha". Lá estava o capuccino em cima da mesa. Então são essas coisinhas, são todos os detalhes que formam uma coisa enorme que fazem eu amar numa quantidade absurda essa mulher.

*Te amo incondicionalmente, mãe.Obrigada*

Eu vejo flores em você. (parte 1)

- Começou a apertar a chuva.Quer que eu te ajude até seu carro com as compras?

Lucila olhou para o lado para conferir o homem que seguira com os olhos pelo corredor do supermercado.Ajeitou o cabelo atrás da orelha e como que num ato de defesa dela mesmo, recolheu as sacolas com a mão esquerda à mostra,destacando a larga aliança de ouro.
- Não se incomode, são só alguns pingos.

O até então estranho , como se não tivesse ouvido a retalia, recolheu as sacolas que sobraram e começou a caminhar ao seu lado.

Surpreendentemente, Lucila respirou mais alto e tentou adivinhar se alguém ouvia a quantas seu coração estava a disparar-se. Chegaram ao carro e alinharam as compras no porta-mala,pôde notar que um anel também ocupava a mão esquerda do homem alto, de cabelos escuros, sorriso largo e que já alcançava seus 35 anos.

- Muito prazer, Mauro, mas me chamam de Maurico.Você mora no prédio atrás do meu.

Vendo a interrogação que acabava de pairar no rosto dela, se adiantou.

- Não se assuste, não sou nenhum serial killer...É que meu enteado, quando fica em casa, vai ao seu prédio brincar com seu filho e algumas vezes que o busquei a vi na portaria.Não deve ter me visto porque estava dentro do carro - e apontou o dedo em direção ao veículo estacionado depois de três vagas - mas é insulfilmado.
- Ah, sim, deve estar falando do Diogo.É verdade, ele vai brincar às vezes com o João.Muito educado, por sinal, parabéns! Obrigada pela ajuda, mas preciso ir porque se a chuva aperta, perto do viaduto enche de água.
- É verdade...- procurando pelo nome não dito.
- Lucila.
- É verdade, Lucila. Nos vemos quando as crianças se encontrarem.

Trocados sorrisos e apertos de mãos,cada um seguiu seu caminho.

Algumas semanas mais tarde, a poucos metros de seu prédio, avistou Mauro encostado no carro dele.
- Perdido?
- É, na verdade vim te trazer meu cartão, caso queira mandar seu filho para minha casa qualquer dia desses é só ligar que venho buscá-lo. Meu enteado está para chegar e talvez eles se divirtam juntos.
- Ótimo, muito obrigada. Não precisa se incomodar, mas de qualquer forma, obrigada pela gentileza.
- Está a pé?
- É, estou dividindo o carro com meu marido e como o trabalho dele é fora de mão, precisa mais que eu.
- Quer uma carona?Aonde está indo?
- Não, de maneira alguma, é perto. Vou ao banco que fica a 5 ou 6 quadras daqui.
- É meu caminho - deu a volta no carro e abriu a porta - Vamos, o que há de mal em economizar 15 minutos do seu tempo?

Ela recusou de novo, mas ele fez uma expressão de "faça isso por mim ou vai me matar" que evitou qualquer discurso.

Entrou.

Durante o pequeno trajeto, tudo que Lucila tentava ser era natural.Mas se pegava analisando como ele conduzia o carro, como falava sempre acompanhado de um sorriso, como mexia no quebra-vento, como suas pernas eram grossas e convidativas ao toque. Trocaram algumas banalidades do cotidiano e quando parou o carro perto do banco, foi ele que se manifestou. Tirou o cinto de segurança e sem se virar para ela, tocando despretensiosamente o volante , disse:

- Você faz idéia das vezes que pensei em te abordar? Aquela vez no mercado foi a milésima tentativa de falar com você e a única que me encorajei.Antes de disso, te via pelo mercado, te via agradar seu filho quando passava na minha rua e como um adolescente ia buscar o Diogo na esperança de te ver e trocarmos algumas palavras. E desde nossa última rápida conversa, não penso em outra coisa senão vê-la de novo.

Lucila estava emudecida e uma série de pensamentos tomou conta dela. O fato de ser casada há 10 anos, de ter uma família, de nunca ter traído e nunca ter se encontrado em semelhante situação, a paralisava.Em contrapartida, pensava em como todo seu casamento havia caído na rotina, de como passou de mulher independente a dona de casa num estalar de dedos e que muitas vezes sentia-se como um objeto que decorava o ambiente em sua própria casa. Já vivia pelo sonho do outro e seus sonhos já estavam engavetados.

- Sei que é casada, Lucila. Assim como eu também sou e não sou do tipo de canalha que te falará do quanto as coisas andam ruins no casamento e que estamos juntos, mas que estamos infelizes.Meu casamento não é ruim e por isso adiei tanto em te procurar, porque simplesmente não entendia porque tenho uma mulher, mas acabei me enamorando por outra. Não me peça para te explicar, mas sua presença tira meus pés do chão. Talvez ache que sou um cafajeste e queira apenas uma aventura...Pense o que quiser e tem todo direito...Ah! Meu Deus, o que estou fazendo? Você deve estar me achando um louco. Não sei, não sei, você tem alguma coisa diferente.Contorno meu pensamento, mas vira e mexe me pego pensando em como seria estar com você.

- Obrigada pela carona e lembranças ao Diogo.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Eu vejo flores em você.(parte 2)

Ao passo que foi se afastando do carro,sentiu lisonjeio , frio na espinha, tremor nas pernas, uma ponta de satisfação temperada com um quase arrependimento por ter aceitado a carona. Na fila do banco, nem conseguia ordenar seus pensamentos, tudo o que ela havia sentido quando o viu no mercado fora recíproco. Tentou evitar uma série de pensamentos, mas antes que pudesse fazê-lo já estava imaginando como seria beijá-lo, acariciá-lo, entregar-se a ele.

Convenceu-se por algum tempo de que era absurdo e até descortês da parte dele tê-la abordado assim. Afinal, quem ele pensava que ela era? Uma qualquer que se deixa levar por meia dúzia de palavras em flerte? A visão ofensiva serviu para abrandar e disfarçar seus pensamentos lascivos.

Vida normal seguiu-se nos dias que se sucederam ou quase normais.Porque agora, Lucila revistava a rua com os olhos para ver se Maurico não estava de espreita em algum lugar. Paquerando à paisana.E nada. E mais dias e nada. E nada.Sumiu.
E para se enganar , pensou : “ Melhor assim”.

Quarenta dias haviam se passado quando João, seu filho, chegou da quadra poliesportiva com Diogo.Bastou que ela colocasse os olhos na criança para saber que hoje o veria novamente. Maurico.
Lucila se aprumou como que se fosse a um encontro.
Escovou os cabelos bem hidratados que desciam três palmos abaixo dos ombros para trás, colocou uma fivela com um pequeno e delicado detalhe, recolhendo os fios da franja.Usava uma blusa de alça fina por baixo de um casacote azul cor de céu e uma saia que não chegava a ser godê, mas tinha um excelente caimento até a altura dos joelhos. Com um xadrez suave e tecido leve, sensualizava seu corpo. Calçada em sua sapatilha baixa, desceu às 17:00h para entregar o garoto ao padrasto.
Mauro estava encostado no carro, tragando um cigarro.Ao vê-la, livrou-se dele e passou a mão na camisa a fim de deixá-la uniforme.

- Ai está sua entrega, Mauro.
Diogo correu para o interior do carro.
- Obrigada e desculpa o trabalho.
- Nunca é trabalho algum, traga sempre que quiser.
Ficaram num silêncio constrangedor por alguns instantes.E de novo ele, dessa vez quase sussurrando:
- Não deixei de pensar em vc um só instante.
Ela o olhava firme:
- É melhor você ir.
- Amanhã. Amanhã às 14:00h no Centro de Estudos, ao lado da estação de metrô.
- Como você...
- Por favor, 14:00h. Por favor, Lucila.

Entrou no carro e partiu.

O dia amanheceu e Lucila cuidou de todos os afazeres como de hábito. Há anos que vivia desses costumes.Cuidar de casa,do seu filho João,do seu marido Henrique, administrar as contas, não engordar, cozinhar de formas variadas, estar sempre disposta ao sexo, lembrar a agenda pessoal de seu marido, verificar as gavetas,ver se precisa repor meias e camisas brancas, zelar pela educação escolar do João, preparar aniversários, Natais, almoços, ir à igreja aos domingos, visitar os pais, declarar os impostos quando necessário.

Com seus 32 anos já havia se perguntado algumas vezes se teria valido à pena largar a carreira na empresa para se dedicar a essa vida doméstica. Se teria também valido à pena, ter-se casado com 22 anos de idade, recém formada, sem ter desfrutado do que a vida nos reserva nessa fase (assim como em todas as outras, mas é nessa fase que se tem mais fichas a apostar).Trabalhou só até quando o pequeno João nasceu, depois,abdicou de tudo para cumprir seu papel de boa dona do lar. E agora que ele está com 5 anos, a impressão que tem é que sua vida se transformou numa massa sem gosto e sem cor.Desinteressante.

Eu vejo flores em você.(parte 3)

Pensava em tudo isso enquanto trocava os lençóis da cama de seu quarto, parou em frente ao espelho de corpo inteiro que fica pendurado na parede, encolheu um pouco a barriga, mexeu no cabelo, se aproximou mais ainda da imagem e conferiu se tinha surgido alguma ruga na madrugada.

Sentou-se na cama, com o lençol ainda em seu colo e pensou sobre o que Mauro propusera.Sentiu-se tentada e burlou todo tipo de culpa com pensamentos do tipo: “Não há de ser nada, vou só para ver o que ele quer dizer. Só vou matar minha curiosidade.Não vou trair ninguém, desde quando conversar com alguém é trair?Eu vou.”

Correu com as tarefas, deixou João na escola, voltou, tomou um banho demorado,passou um óleo perfumado no corpo, arrumou o cabelo e todo o resto.
13:45h saiu de casa.
Viu o carro de Mauro de longe e o coração não queria ficar só ali no lugar que era dele. Batia tão forte que parecia querer tomar parte de qualquer brecha que tivesse pelo corpo que pudesse ocupá-lo.A impressão é que ou ele sairia da boca em disparada ou que lhe causaria um infarto.
Entrou no carro.Se olharam e ficaram assim muitos minutos.O cheiro dele tomava conta de todo ambiente.
Ele tentou sorrir, mas não conseguia tirar seus olhos dos dela.
Ela o beijou.

Mauro correspondeu ao beijo e segurou-lhe o rosto. Fechou os olhos e mergulhou naquele beijo com toda a paixão e desejo que estavam contidos. A respiração de ambos começou a ficar mais ofegante quando ele agarrou-lhe os cabelos na altura da nuca e conduziu o beijo. Mordiscava-lhe a boca, beijava o queixo, beijava e cheirava,como que querendo roubar todo seu perfume, o pescoço.
Ela segurava nos braços dele com ímpeto e vontade de nunca mais largá-los, puxava-o para junto de si e beijava como se fosse a primeira vez em toda sua vida.
Ficaram assim por muito tempo.Quando deram uma trégua ao beijo, estavam segurando cada um o rosto do outro, bem próximo ao seu. E riam, riam baixinho, fechavam o olho e passavam o rosto um no outro e se cheiravam devagar.Como se estivessem se experimentando e se decorando.
Ela começou a contornar cada traço do rosto dele, ele fechou os olhos e pôs-se a sentir o toque das mãos que já havia imaginado sabe Deus quantas vezes.Ele abriu os olhos, recostou sua cabeça no banco e acariciou os cabelos dela, buscava mecha por mecha e sorria. Encostaram a mão uma na outra e as enlaçaram. Ela juntou a boca à mão dele e a beijou.Ele fez o mesmo com ela.

- Eu também pensei em você todos os dias, Mauro. Todos os dias. Pensei em nunca mais te encontrar, porque sabia que assim que o encontrasse de novo, seria minha perdição. Tentei me livrar de tudo que levasse meu pensamento até vc, mas descobri que para que isso acontecer, teria que me livrar da minha vida porque desde a primeira vez que te vi, tudo que há em mim se empreguinou de vc.

Ele sorriu de uma maneira maravilhosa, com os melhores dos sorrisos que há de existir e a beijou novamente. Quando se desvencilharam, ele brincou com a ponta do nariz dela , enquanto ainda estavam abraçados.

- Pois eu digo p/ vc que nunca mais, escuta bem: nunca mais a senhora deve pensar, supor, achar, que poderá livrar-se de qualquer pensamento que tenha eu como personagem principal. Ok, só os pensamentos ruinzinhos...de resto, Dona Lucila, transborde de pensar em mim pq é tudo que tenho feito.
- Mas acho que precisamos ir devagar.Você sabe das nossas condições e não dá para fingir que é tudo normal.
- Devagar? Ok. Nossa situação não nos permite vivermos já,nesse instante, tudo o que gostaríamos. Mas eu tenho um prazo.
Ela se ajeitou no banco do carro.
-Prazo? Não estou te pedindo nada, peloamordedeus...Mauro, não se precipite.
- Lucila,não estou brincando. O que estou sentindo agora é pouco perto do que eu previa o que seria estar com você.É uma avalanche de emoções, estou tomando por uma onda de euforia, de paixão.
- Paixão?
- Claro. Quanto tempo se demora p/ saber que está apaixonado? Qual a página do manual que indica isso? Aliás, me fala onde está o manual sobre “Tempo exato em que se apaixona – casos reais”. Amor – dessa vez encarou-a com toda docilidade – estou apaixonado por você desde a primeira vez que a vi e hoje só serviu para aumentar e me certificar disso. Não preciso desse tipo de subterfúgio para levá-la para cama, ninguém mais aqui tem 15 anos,hã? Por isso, tenho um prazo. O que estou sentindo por vc, nunca , nem de perto senti em toda a minha vida. Gosto da minha esposa, mas é de um jeito tão diferente, quase fraternal. Não posso ficar longe de uma pessoa que me deixa no estado em que você me deixa. Cheio de vida, de vontade de querer mais, de ir embora nesse instante para qualquer lugar, desde que seja com você.
- Tenho medo.
Mauro segurou com muita força, mas ainda com carinho,as mãos de Lucila.
- Não fique. Ei, olha aqui. Não fique.Lucila, seremos você e eu.Eu já tomei minha decisão, meu prazo é curto, é o tempo de vender uma casa que tenho no outro município e deixar algum dinheiro para minha esposa.Sou arquiteto autônomo, mas essa é uma profissão de vacas magras e gordas, altos e baixos.Hj estou com uma boa situação, amanhã pode ser que não esteja e talvez não possa ajudá-la.Por isso, prefiro reservar algum dinheiro para ela para que nunca lhe falte, é uma ótima pessoa. Mas você Lucila – falou enquanto acariciava seu rosto – você é um acontecimento. Nem me passa pela cabeça tudo isso ser absurdo, sabe? Porque o amor nunca é absurdo.
- Você falando de amor assim, parece algo surreal.
Ele soltou uma gargalhada descontraída.
- Eu sei, eu sei. Parece exagero meu e acho que corro o risco de te assustar. Vou tentar não te roubar em uma semana,pronto, vamos devagar.
Ela arregalou os olhos e ele depois de soltar outra gargalhada, a abraçou.
- Vamos ajeitar as coisas como devem ser.Vamos combinar tudo e fazer as coisas no tempo certo, espero não ser num futuro distante.
- Agora preciso ir embora.
- Claro, bonequinha. Ah, e você está linda, mais que o habitual.Linda. Perfeitamente linda!Amanhã me encontre na saída 3 do mercado “Caixa Bom”, assim que deixar o João na escola, combinado?
- Combinado.
Deram um beijo daqueles beijos de despedida que sempre são os melhores, cheios de vontade, saudade e anseios.Ele a beijou por último a testa.
- Volta logo. Só estou te emprestando, hein Lu?Vai.Desce, antes que mude de idéia – Abriu o sorriso faceiro e brincou - E não se esquece:Se não for amanhã, vai no meu velório no dia segte pq vou morrer!
- Louco! É isso que você é! Até amanhã!

Lucila saiu e depois de menos de dez metros olhou para trás.Ele estava do lado de fora do carro observando ela se afastar e acenou em despedida.Trocaram sorrisos.
Ela estava completamente eufórica e feliz.Caminhava rindo, lembrando de cada detalhe, de cada palavra, de cada toque ou cheiro. Sem dúvida também estava apaixonada.
Só saiu desse transe quando pegou o filho na escola e voltou para casa para receber o marido.Não se arrependeu do que lhe tomara a tarde e ficou a partir desse dia, escolhendo motivos para justificar sua traição.
Não conseguiu dormir à noite, tamanha expectativa de encontrá-lo de novo.Não deixou o marido tocá-la, achou que se permitisse não estaria pronta para Mauro no dia seguinte. Como se o enganador pudesse ser o enganado.

Eu vejo flores em você.(parte 4)

Pontualmente lá estava ela.Ele passou, abriu a porta e ela entrou.Parou o carro um pouco mais para frente, tiraram os cinto e deram o beijo de boas vindas.

- Nem consegui dormir.
- E eu? Falei que estava com um novo projeto e fiquei no escritório de casa a noite toda.
- Você não dormiu com ela então?
- Não e não ia te perguntar isso,mas já que...
- Não, Mauro. Não consegui.Fiquei com medo de falar seu nome, de outra pessoa me tocar sem que fosse você, ainda que esta outra pessoa seja meu marido. Mas curiosamente não me sinto DELE. Entende o que eu digo?
- Entendo e sinto o mesmo.Estou fascinado por você a ponto de me sentir só seu e quero que também seja só minha.Vamos sair daqui.


Ele rodou com o carro durante 40 minutos e entraram em outro município, próximo ao centro pelo tempo que levaram.


Ele estacionou em frente a uma casa térrea pintada de amarelo claro e janelas e portas brancas. Na frente tinha um jardim sem plantas e uma entrada lateral com um pequeno portão. O outro portão era o da frente, esse era baixo e tinha pendurado nele, uma caixa de correio.


- É aqui, Lu. Venha.
Depois que ele destrancou a porta,ela entrou e ficou parada observando os móveis e como tudo era organizado e aconchegante.
- E então, gostou? É aqui que me refugio, que venho para ler, para folgar do barulho,não que aqui não tenha, mas é menos que onde moramos.
- Adorei. Pena que venderá.
- Será necessário, mas há menores no estilo dessa por aqui, podemos comprar depois.
- Você é adorável, fala tudo com tanta certeza, tanta segurança.
- Estou seguro porque planejo um futuro com você e não tem como dar errado.Quero muito você ao meu lado.
- Eu também quero ficar ao seu lado.

Eles então se beijaram longe de todo o mundo que haviam deixado à distância de 40 minutos e aquele momento foi só deles.Entregaram-se por completo um ao outro e fizeram amor com todo desejo.À medida que ela se desnudou e ele a penetrou, ambos sabiam que estavam selando um pacto de amor. Porque estavam ali de corpo e alma, no auge da paixão. E durante o sexo fizeram juras de amor ,beijaram-se incontáveis vezes , acariciaram-se ,se descobriram um no outro e encontraram o prazer como nunca antes haviam encontrado.
Deitaram-se na cama, cobertos por um lençol. Lucila estava de bruços com os cabelos lindamente desalinhados sobre o travesseiro, e ele brincava com a mão em suas costas.
- Não quero mais ficar longe de você, nunca mais Maurinho.
- Nem eu, meu amor. Nunca mais. Eu amo você.
- Eu também te amo.
- Vou conversar com a minha esposa amanhã. Pedirei o divórcio e não quero te pressionar, mas acredito que será difícil para vc, para mim e seu marido vivermos uma situação assim.
- Você deve lembrar que tenho o João e não é simples assim.O Henrique está passando uma fase difícil na empresa e precisa de mim.
- Ele sempre precisou de você, Luli.Agora quem precisa de você é você mesmo. Você é quem precisa ser feliz,você é quem tem que dar-se uma chance de amar e viver um amor verdadeiro. Quantas e quantas pessoas passam pela vida sem nossa sorte? Já parou p/ pensar, Luli? Quantas pessoas procuram isso aqui que temos? Amor,Lu. Temos a maior preciosidade nas mãos e você ainda pensa em esperar resolver os problemas dele?
- Eu sei, querido e sei que está certo.Mas dê-me um tempo, hum? Só um tempo pequeno.
- Claro,claro.Darei, mas pouco, por favor.Não vou me contentar em vê-la amiúde. Quero acordar em volta de vc todos os dias e quero sentir seu gosto todo tempo.Quero saber que é minha e desfilar com vc e encher o peito e apresentá-la a todo mundo.Nossa, quero cada minutinho, cada troca de estação, cada ano que envelhecer, cada Ano Novo, cada Natal, quero você comigo.
- Eu também quero muito. E adorei essa casa, Maurinho.
- Estou com umas propostas ótimas sobre ela já, logo tudo estará resolvido.
- Bom pq já faz a reserva de dinheiro que precisa, mas aquele jardinzinho...Hummm.
- O que foi?
- O que foi? Um jardim, amor. Um jardim é tudo uma casa. Colocaria flores miudinhas, coloridas, uma série delas e grama verde e alguns enfeites espalhados, bem delicados, sabe como é?
- Sei amor. Compraremos uma casa com jardim para nós assim que possível.
- Você não quis ter filhos com ela?
- Sempre quis ser pai, sempre. Mas sempre esperei o momento certo e combinamos que ela tomaria o remédio dela até que as coisas ficassem ordenadas e tivéssemos um bebê.
- E agora?
A verdade nos olhos de Mauro a atingiu em cheio.
- Agora, assim que eu e você morarmos juntos, quero um filho seu. Quero um filho da mulher que eu amo, da mulher que me deixa em êxtase, de alguém que rouba meus suspiros e me faz acordar todos os dias bem.Quero que seja a mãe do meu primeiro filho. Vc aceita?
- Claro.Claro.Ah, Maurinho....é tudo tão perfeito, porque não aconteceu antes?
- Porque esse é o momento. Porque há 11 anos atrás, quando éramos solteiros e desimpedidos, não estávamos prontos para lidar com um sentimento tão forte.Ficaríamos assustados. Isso acontece direto e reto e as pessoas não percebem. Pode notar, Luli. As pessoas comentam : “tive um gde amor na juventude” ou “ casei com fulano, mas meu verdadeiro amor foi cicrano”. O amor aparece cedo na vida da maioria das pessoas, mas acabam sem fecundar porque é divino, é forte e muitas vezes agressivo. Muita gente não sabe agir quando ele chega e o abandona. Por isso ele chegou agora p/ mim e p/ vc e é nosso e vai ser sempre assim.
- Eu te amo.
Ele recebeu a declaração como um convite , beijou-a inteira , decorou com cuidado cada parte de seu corpo e fizeram amor novamente.

Eu vejo flores em você.(parte 5)

Os dias se seguiram e tanto Lucila como Mauro estavam em soberbo estado de glória.Nas mais das profundas certezas de terem encontrado a receita de felicidade. Durante a atmosfera plena de amor, trocavam telefonemas rápidos ,quando não se viam mensagens no celular às escondidas, e-mails longos escritos durante a madrugada.

Foi durante a manhã de uma terça –feira que Lucila recebeu uma mensagem via sms no seu celular: "Me encontre hoje no lugar de sempre às 15h.Bjos, M”

O lugar de sempre era um posto de gasolina que ficava em um bairro afastado, perto também de um Hotel que já os tinha como clientes assíduos.

Ela já estava lá quando ele chegou.

- Ô meu amor, que foi? Aconteceu alguma coisa? Não era amanhã que nos veríamos?
- Não agüentei de saudade.
- Ah, Maurinho...fala sério, o que aconteceu para me passar um msg logo cedo e marcando esse encontro?
- Entra no carro. Vamos dar uma volta.

Lucila percebeu que Mauro pegou o caminho para sua casa fora da cidade. Passados quatro meses desde a primeira vez que foram lá, nunca mais voltaram pq estando à venda, sofrera algumas reformas e se encontrava interditada.
Logo na entrada, Lucila mal pode conter a emoção que lhe tomava conta. Saiu do carro correndo como uma criança que corre para abrir o presente de Natal. Abriu o portão destravado apressadamente e contemplou o jardim que se fazia aplaudir à frente.
Mauro de certo contratou uma empresa especializada e num espaço de 5x4mt recheou a grama com flores miúdas de diversas espécies. Ornamentaram com enfeites decorativos e espalharam entre toda a vegetação.


Admirada e explorando cada detalhe, as lágrimas vertiam de alegria.

- E então, vc gostou? Agora está explicado porque nunca mais viemos aqui.
- Mas e quanto à venda?
- Posso dar outro jeito – tirou uma chave do bolso e lhe entregou – O importante é que agora saiba que esse é nosso lugar. Meu, seu e do João.

Ela o abraçou e chorava emocionada.

- Não estou acreditando. Fui abençoada mesmo pelos céus. Olha pra vc, pra gente, para esse lugar. Não consigo acreditar que estou nesse sonho.

- É Nosso sonho,nosso sonho, Luli!Agora vamos entrar.Preciso te mostrar algumas coisas.

Ele também mexeu com a decoração interna e reformou o pequeno quarto ao lado da sala para que passasse a ser do João.Estava tudo além daquilo que ela poderia ter imaginado algum dia.
- Tem algumas coisas na geladeira, Lu. O que acha de preparar alguma coisa enquanto tomo um banho?
- Trouxe roupa limpa, querido?

Ele a conduziu até o quarto e abriu o guarda-roupa. Todas as suas roupas estavam lá, assim como os livros e CD’S na prateleira de cima.
- Quando foi isso?
- Saí de casa há dois dias. O rompimento como qualquer outro foi dolorido, mas tentei ser o mais honesto possível. Acho que o amor requer honestidade,como, com você e com os outros. Ela sempre foi uma boa companheira, mas agora acabou e não poderia mais ficar lá alimentando qualquer coisa que nem sequer existia mais.
- Não posso fazer isso agora.
Ele suspirou.
- Não posso exigir nada de você, mas tenho o direito de querer você para mim por completo. O amor não se divide, Lu. Sei que me ama como fala e por isso quero viver tudo isso como um amor deve ser vivido.
- Eu sei – prosseguiu falando acariciando o rosto dele- Eu sei disso. Mas o Henrique tem reagido.Não me perguntou sobre nada, sobre minha frieza e distanciamento, entretanto tem me levado para jantar, dado presentes fora de data.Olha só, há algumas semanas falei para ele que precisávamos conversar seriamente, que nosso relacionamento estava se rompendo. Ele nem se esforçou em me escutar, pegou o carro e saiu, voltou muito tarde e não conversamos. No dia seguinte, chegou com a notícia que tinha fechado um pacote num resort no final de semana para mim, ele e o João. Entende? E durante a viagem, nem deixou que eu falasse muita coisa.Ficou se desculpando. Desculpou-se por trabalhar tanto e querer me proteger, imagina isso? Ouvir alguém se desculpando enquanto vc o trai covardemente. Quase senti náuseas. Ele lamentou , Mauro. Ele lamentou por ser bom, por ser um bom pai, por querer nos dar o melhor.

- Melhor? E sobre o amor? E sobre te fazer andar nas nuvens, hã? Ele não tem culpa de nada, mas não o massacre com piedade dando-lhe uma carcaça de um automóvel sem o motor. Lu, as pessoas não tem culpa de se apaixonarem por outras no meio da estrada.Ninguém vive de piedade e compaixão. Elas podem viver de respeito, precisa respeitá-lo e afastar-se dele o quanto antes, quanto antes adiar, pior será.
- A vida é injusta.
- Ninguém disse que seria fácil.
- Não é justo viver uma história assim, encontrar alguém assim como você e simplesmente virar as costas p/ alguém.
- Vc estava incompleta, Luli. Antes se limitava a uma vidinha sem batimentos, sem frenesi. Olha como a vida te sorri agora, que culpa nós temos? Sou contra trair um outro ser humano deliberadamente, sem que haja sentimento, apenas por satisfação pessoal , por ligação sexual. Disso discordo totalmente, mas conosco não é assim e você sabe bem disso. Olhe em volta, olha aqui nosso mundo, põe a mão no meu peito, veja como fico perto de você.

- Tudo bem, falarei com ele. Não passará dessa semana.
- Você é forte e tem a mim, tudo dará certo. Nunca a deixarei sozinha, nunca.
- Prometa!
- Eu juro, Lucila Eu juro.

Eu vejo flores em você.(parte 6)

Alguns dias mais tarde, Lucila tentou convencer o marido, em uma longa conversa de que o amor acabara. Que não queria desapontá-lo ficando com ele parcialmente, que preferia ser justa e ir partir.Abriu mão de qualquer direito financeiro e garantiu que não lhe aborreceria.
Inflamado de dor e cólera, jurou que se ela partisse, ele mesmo daria cabo da própria vida,que não permitiria que levasse o pequeno João, pois era a única coisa boa, fora ela, que lhe daria sentido à vida.

A discussão tomou toda a madrugada e ela decidiu ficar por mais um tempo.

Ao se encontrar novamente com Mauro, relatou o que acontecera.
- Fuja.
- Não sou mais adolescente, por favor, Mauro.
- Estou falando sério. Fuja, venha para cá com o João. Fique aqui até ele se acostumar com a idéia, só para ele ver que não será o fim da vida de ninguém.
- Vc só pode estar brincando.
- Nunca falei tão sério em toda minha vida. Ele não consegue imaginar-se sem você, prove a ele que não é o fim do mundo. Fique fora por uma semana, quando estiver longe, avise-o para que não se preocupe e depois regularize a situação. Você está sendo franca e honesta e está adiantando de que? Não podemos mais adiar. Vamos fazer isso, Luli.
- Vc acha mesmo que será preciso esse extremo?
- Sexta-feira. Arrume algumas coisas suas e do João e venha para cá depois que pegá-lo no colégio. Fiquem aqui, eu chegarei no começo da noite porque tenho alguns clientes no Centro. Tudo dará certo.Ei, olha aqui: tudo ficará bem, apenas confie em mim.

Sexta-feira, Lucila levantou-se logo cedo e estudou todo o apartamento.Reviveu mentalmente alguns Natais, quando o adquiraram, quando chegou da maternidade com o bebê. Porém, tudo ficou no passado e Mauro estava certo, ela não tinha culpa. Apaixonara-se. Que culpa pode carregar quem ama incondicionalmente?
Pegou pouca roupa dela e da criança.Ajeitou em uma bolsa que não chamava muito a atenção e cuidou para que tudo ficasse em ordem.Sentou-se e tentou escrever um bilhete, as idéias vinham e iam. O que escrever a quem se abandona?Qual seria a punição que lhe seria dada por pisar assim em alguém?

“Henrique,

Tudo que espero é que um dia possa me perdoar e sobretudo me entender.
Não sei sobre o tamanho do meu pecado, mas pecado maior seria nos enterrarmos numa mentira.
Mandarei notícias.
Fique bem.

Lucila”



Lucila pegou a bolsa, olhou em volta, trancou a porta e chorou.
Depois te ter pego o filho na escola, explicou-lhe de maneira sutil que algumas coisas mudariam, que ficariam um pouco longe de casa e que ele adoraria ir para uma casa nova, com brinquedos novos, jardim e que o novo amigo da mamãe adorava pizza, pudim de chocolate e que tinha um vídeo-game maravilhoso.
Crianças criam mundos alheios aos nossos e João em silêncio,deve ter criado uma mistura de “A Fantástica Fábrica de Chocolate” com algo parecido com um “Playland”.Concordou.

Chegaram na casa às 17:40h. Trouxe algumas coisas do mercado e começou a esvaziar as sacolas, enquanto João conhecia o espaço, distraiu-se com algo.
Lucila pôs o vinho na geladeira, cozinhou frango com aspargos e arroz branco. Fez uma salada verde e ajeitou a mesa do jantar.Às 20:00h, alimentou o filho e ficou esperando pela chegada de Mauro.
Tentou ocupar o tempo, arrumando os armários e as gavetas. Foi até o jardim e retirou alguns plantas mortas e conversou com as mais miudinhas.
Eram 22:25h quando colocou João na cama e após uma série de ligações, tentou novamente ligar para amado. Caixa Postal.
Ficou na sala e acabou cochilando, deu-se conta da hora quando despertou: 04:10h da madrugada. Preocupou-se mais.
Tudo passava em sua cabeça, todo tipo de pensamento ruim,mas rezava para que nada de ruim tivesse acontecido.
Amanheceu e Mauro não chegou. Concluiu que alguma coisa tinha acontecido ou que talvez ele tivesse desistido. Se arrependeu por ter ido,julgou ter sido uma idéia insana.
09:00h arrumou o filho e resolveu voltar, não fazia sentido ficar lá apavorada.


Chegou em casa e o marido a recebeu calorosamente, mas não falou sobre nada. Nem do bilhete, nem do sumiço.Chamou o filho para brincar e quando estava saindo agradeceu:“Obrigado por ter voltado”.
[...continua...]

Eu vejo flores em você.(parte 7)

Já perdera a conta de quantas vezes havia ligado para Mauro.Resolveu mais tarde pegar o carro e passar em sua rua para checar alguma coisa. O fez e nenhum movimento que despertasse a atenção. Nada. Aflição.Sentiu toda a aflição de uma só vez.
Não pregou os olhos na madrugada de sábado.
Domingo antes de fazer o café, outra tentativa no celular.Uma voz feminina atende.

- Por favor, o Mauro.
- Quem é?
- Uma amiga dele...ãh...Lucila.
- É vc, não é?
A voz não exprimia raiva, nem desprezo. Soava fria.
- É vc que o transformou?
- Ele está?
- Ele ia ao seu encontro na sexta, é isso ?
- Sim, mas quero falar com ele, por favor.
- Não será possível. Mauro está morto.
Lucila ficou em silêncio e sentiu gelar sua espinha. Tremia de horror e rezava mentalmente “Não Deus, por favor, Deus não permita, Deus, me ouça!”
- Ele estava na estrada saindo da cidade ,ele perdeu o controle do carro e chocou-se de frente com uma carreta. Morreu na hora.
- Meu Deus.....
Lucila sentou no chão da cozinha chorando compulsivamente.



- Eu sinto muito. O enterramos ontem no cemitério Bom Jesus.Sinto muito por tudo.

Ela largou o telefone no chão e chorava cada vez mais, agora deitada encolhida no chão.Foi nessa hora que descobriu que também havia morrido.
Obrigou-se a vestir e conferir o que tinha ouvido.
Pediu pelo nome dele no cemitério e deram o número do túmulo, indicando-lhe o caminho.
Ajoelhou-se na frente de algumas flores e entre soluços, disse:

- Vc precisa me dar essa resposta agora, juro que será a última, meu amor. Só essa. Me explica porque isso aconteceu com a gente. Por favor, Mauro, me diz. Não posso ficar aqui sozinha, peloamordedeus....O que vai ser agora? Nossa vida...Mauro, eu fui. Eu estava lá, eu juro que te esperei lá, quietinha. Por favor, me diz que não está acontecendo isso...O que eu faço com nosso pequeno jardim?E com os projetos que estão lá na sua estande? Meu Deus...Vc prometeu que ficaria perto de mim, que ficaria bem ao meu lado. Eu confiei em você desde quando bati meus olhos em você.
Nada mais importa agora...nada mais...Que dor. Nossa Senhora, que dor.Nunca imaginei que existisse dor assim.Quem vai rir das minhas brincadeiras sem graça? Quem vai cantar música brincando no meu cabelo até que eu pegue no sono? Quem vai me abraçar agora? Não quero mais viver, me deixa ir embora com vc...Egoísta. É isso que vc é, foi embora e nem se despediu...nem me levou com vc. Eu iria, eu juro que iria.Sempre fui quando chamou.Eu morreria junto com vc.Mauro, Mauro...me escuta...Olha só, o amor que vivemos não era nosso, não é querido? Não poderia nos pertencer. Fomos castigados por experimentar um sentimento divinal. Podemos fazer um acordo e começar de novo, amar menos, sermos mais contidos...Deus, me ouça. Traga-o de volta e juro não amá-lo com todo meu coração. Juro que será diferente....Tudo bem, eu entendi, acabou não é mesmo? Então será assim...já que não pode voltar, sou eu quem vou...Me espera porque logo vou me encontrar com você.

Há quem diga que Lucila de uns tempos para cá anda agindo estranhamente. Não fala com mais ninguém, abandonou as tarefas. Fica num quarto escuro ,às vezes se desespera e chora aos berros. As más línguas até dizem que ela tentou o suicídio sem sucesso.O marido tenta todos os tratamentos possíveis, mas ali já não está mais Lucila.É agora uma carcaça sem motor.


O que todos não sabem é que tudo agora é em vão.

Lucila foi enterrada junto com seu amor, no momento em que ele a deixou.

[o desfecho é na parte 8, a seguir]

Eu vejo flores em você. (parte 8)


Henrique.

Henrique apaixonou-se por Lucila quando pôs os olhos nela.
A beleza se distribuía em seus 1,70mt.e também no seu cabelo que ficava sobre os ombros e bem ali no ombro esquerdo, tinham 3 pintas, que mais tarde apelidou de “As 3 Marias”.Tinha os olhos verdes escuros e no sol, pareciam ter sido pintados a lápis porque respondiam à luz do dia e só faziam brilhar.Tinha o corpo mignon e tudo lhe caía bem. Jeans, camiseta e um rabo de cavalo, a deixavam toda sexy.
Era cheia de idéias e independente, falante, brincalhona e minava vida.Ele era mais contido, discreto, mas ainda assim a amava perdidamente.
Começaram a sair e assim que ela terminou a faculdade, casaram-se. Sempre soube que o que sentia por ela não era recíproco.Ela gostava dele, mas era mais admiração do que amor. Quando seu filho nasceu, decidiu com o consentimento dela, que não seria necessário que ela trabalhasse mais.
Henrique conseguiu outro emprego e durante dois anos, ficava pouco tempo em casa, a fim de quitar o apartamento e dar uma boa condição à família.Ela se mostrou uma excelente dona de casa, companheira, exímia na criação de seu filho e nunca menos atraente. Por muitas vezes ,ele acordava durante a noite só para contemplá-la e tudo que ela fazia era encantador.
Mas depois de algum tempo, ela lhe pareceu distante, quase apática. Não respondia quando ele a procurava na cama e quando o fazia, era de forma automática.
Lucila andava mais vaidosa e com a alegria que lembrava os tempos da faculdade, mas essa alegria não era provocada por ele,não sabia de onde vinha,mas estava certo que algo não estava bem.
Percebendo seu afastamento, tratou de tentar reacender o que estava apagado. Passou a levá-la para jantar com mais freqüência, presenteá-la fora de data e fazer viagens surpresas.Não a cobrava de nada, achava melhor não pressioná-la porque temia que se a incomodasse, pudesse perdê-la.
Aceitava essa condição para mantê-la próxima, não poderia conviver com sua ausência.
Certo dia, ela o surpreendeu enquanto ele fazia a barba após o jantar e pediu a separação. Matá-lo a sangue frio, teria doído menos.Não poderia concordar com tal hipótese, não poderia ser.Argumentou com ela a noite toda, mas percebeu que só ganhou tempo, mas que não a convenceu.
Na manhã seguinte, avesso ao que achava que seria correto, mexeu no celular e conseguiu descobrir duas ou três mensagem de texto apaixonadas.Simplesmente não poderia suportar que alguém tivesse dado a ela, a única coisa que nunca pôde: Amor.
Dado a tecnologia moderna, com o número que obtivera do amante em mãos, descobriu seu paradeiro e outras coisas que precisava saber sobre ele,Mauro.
Pensou em vingança, pensou em estrangulá-lo pessoalmente, pensou em implorar que ele a deixasse.
Foi só depois de algum tempo que foi até o prédio dele, numa sexta-feira pela manhã antes de ir para o trabalho.Alegou uma desculpa bem elaborada sem citar o nome do amante e como tinha aparência não suspeita, entrou sem maiores problemas.
Foi até a garagem,já tendo conhecimento de qual era o carro de seu adversário e mexeu em alguns fios. Um susto causado por um acidente o tiraria de circulação por algum tempo. Tempo que precisava para tirar férias e sair do estado com Lucila. Quando voltasse, ele já teria se recuperado, mas nem adiantaria procurá-la porque Henrique já a teria convencido durante a viagem que tudo aquilo era uma grande bobagem, ela sempre foi uma sonhadora e ele sempre foi seu centro racional.
Henrique apenas se esqueceu que quando o amor acontece não tem explicação. Quando se ama de verdade, não há o que corrigir.


Henrique perdeu Lucila para sempre.



(Selma Fonseca _ agosto/2009)







gerúndio

Gosto de um monte de coisas...um montão delas, mas detesto e praguejo uma série de outras também.
Por exemplo....hmmmm :

Alguém falar me cutucando a cada 7 segundos, como um pica-pau insandecido;
Qualquer presente cor-de-rosa, pode ser chaveiro, roupa, post-it, chinelo de praia...Rosa nunca, por misericórdia;
Neguinho marcar alguma coisa e nem passar um torpedo avisando que não vai rolar e me deixar esperando com cara de paguá, tentando matar o tempo;
Mesa de bar com amigos (que amo) e daí qdo chego no meu limite e peço uma coca p/ matar um pouco o grau da breja, alguém falar: " aaaaa toma mais, aaaaa só mais uma....não, não,péra aí, não vai fazer desfeita, toma meu....aaaa...vc não era assim...." E detalhe, a pessoa tá agarrada, falando a menos de 2 cm do meu ouvido e no volume 200;
Busão ou ônibus ou Burra ou Transporte coletivo rodoviário....O-D-E-I-O! (mais que cor-de-rosa);
Chegar em casa morrendo de fome e ver a cx da pizza vazia e ouvir minha mãe dizer: "Pensei q vc não fosse voltar p/ casa"
Tomar banho e no meio,toda ensaboada o chuveiro queimar;
Perder a hora e chegar no trampo junto com o chefe;
Dia de chuva e ônibus= todos os vidros fechados = surto de meningite;
Pegar o holerite contando com uma grana e quando vê, percebe q foi descontado 87% do salário por impostos q explicam, explicam, explicam e entendo só a metade;
Ligar no bank fone, contando com uma grana e ouvir: "Seu saldo é de R$ 1,36. Para voltar ao menu principal tecle 0" (mas meu, eu jurava que ainda tinha 30 paus....banco do carai);
Pensar numa roupa p/ pôr e quando vai ver está na máquina de lavar ensopada;
Sair da manicure e borrar 9 unhas;
Ver minha irmã chorando em final de novelas previsíveis. Ela já tinha lido a sinopse, era óbvio que aquilo ia acontecer desde o começo da novela, mas quando passo pela sala, ela está lá chorando e eu não aguento e falo: "de novo? toda vez é isso meu....pára..." e ela "ai Sé, não aguento, é pq vc não viu, mas foi lindo" (vivo isso há 20 anos...ela SEMPRE chora em qualquer fim de novela);
Ligar na minha operadora de celular, aguardar 17min, teclar 18 opções e alguém atender:
- Operadora tal ,boa noite.
- Boa noite, eu estou com um bônus e gostaria de saber se posso resolver por telefone ou tenho que ir direto à loja.
- Por gentileza, me passa seu nome completo, CPF, RG, endereço, a data da sua última menstruação e o nr. do PIS do seu tio Haroldo?
- Ok...blá, blá, blá.
- Um minuto, senhora.Vou estar verificando.
(depois de ler 2 capítulos de algum livro enquanto espero, ela volta)
- Senhora, vou estar passando para o departamento de bônus qualificado.
- Ok.Mas por telefone posso resolver?
- Lá eles vão estar informando.
( mais 3 capítulos do livro e um xixizinho...)
- Creuzeni,boa noite.Em que posso ajudá-la?
- É que ...(repito a história)
- Um minuto, senhora.
(depois de tirar toda a sombracelha...)
- Senhora, para sua segurança ,confirme o número de seu telefone celular e o nr.da sua última declaração de imposto de renda.
- Ok. Blá, blá, blá.
- Mais um minuto, vou estar verificando junto ao sistema (eles falam "junto ao sistema" e noooooooossa, soa uma frase muito chique....)
...e depois de baixar 56 músicas na net...
- Senhora, a senhora tem que estar indo até a loja mais próxima da sua residência. Por telefone não estará sendo possível liberar seu bônus mesmo. Mais alguma informação, senhora?

Fim.

escaldar

Estava conversando com meu Tato Sílvio outro dia falando sobre trivilidades, tomando uma cerveja.Entramos no papo de relacionamentos e de como hoje as pessoas estão descomprometidas.

Claro que todos perceberam.Não há mais criação de vínculos e laços duráveis.Vejo uma série de casais de adolescentes que usam "aliança de compromisso", sem nem sequer saber qual o real significado, nem da aliança tampouco de compromisso real.

Acho muito interessante o papo de que a aliança, segundo a cultura hindu há zilhões², é colocada no quarto dedo porque acreditam que é nesse dedo que passa uma veia que é diretamente ligada ao coração.E o formato dela , que não em começo nem fim, denota a eternidade.

Quantas pessoas firmam esse tipo de pensamento ao desfilarem com suas alianças pelo mundo afora, hein?

Triste pensar que a banalidade dilacerou coisas assim desse tipo. Compromisso, fidelidade, entrega, verdade. Tudo hoje é normal, já percebeu como é?

No trabalho as pessoas falam numa normalidade incrível que já traíram, que faz parte do processo e uma coisa que me emputece é quando alguém tenta contra-argumentar traição com um argumento mais ou menos assim: "toda traição depende do ponto de vista". Bicho, trair é trair. Beijar na boca de outra pessoa sem sexo,é trair. Sexo virtual é trair.

Não to falando que sou santa não e que "óóóó´deuzulivre fazer isso". Não é isso. To falando que as coisas perderam o rumo de tal maneira que a maioria das pessoas que consideram normal ter uma relação paralela ou flertar ou dar umas puladinhas de cerca, esqueceram do quão lascivo é o efeito sobre a outra pessoa.

É difícil não sucumbir às vontades, à reação do corpo e da mente ? Porra...se é! Dificílimo.

Tem o desafio, a conquista, o novo, a descoberta...mas do outro lado da linha, tem o amargo de decepcionar alguém. Alguém que não interessa os defeitos que tenha, mas foi alguém que vc escolheu p/ dividir aquela pizza, alguém que briga com vc sim, mas que segura uma onda do caramba. Alguém que antes de amor/namorado(a)/noivo(a)/marido/esposa, é seu amigo(a).

Não tem como não ser amigo de alguém que se ama. E amigo....amigo a gente não trai, não zoa, não fode a vida.

Meu Tato é casado há 13 anos. A mulher dele (minha cunhada) foi a primeira namorada dele e ele nunca a traiu.Falei que colocava a mão no fogo por ele e ele me disse: Pode por o corpo todo no fogo, Sé.

Ele é lindo, educado, inteligente, descolado e nunca faltou oportunidade de fazê-lo, aliás, as mulheres têm investido muito mais que os homens, mas ele me explicou que cada vez que alguma situação dessa surgiu, ele ficou pensando em como ficaria a mulher dele. Ele visualizou a cara dela, em como ela ficaria ferida , machucada, dilacerada e talvez para esse tipo de ferimento não há cura.
Porque a pessoa fica escaldada, finge que está td bem, que começará de novo, mas na verdade,vai se transformando em alguém amargo. O desprezo que recebeu do outro a seqüela de tal maneira que não se qualifica digna de que alguém a ame de novo.
Mexe com a mente, meu velho. E depois que alguma coisa desse tipo é alterada nossa massa cefáclica...ai ai ai...não existe especialista nesse tipo de concerto.
Talvez o tempo suavize, mas porque não evitar?

Se pudesse voltar algumas coisas na minha vida, talvez mudaria essa parte de num certo período (talvez justificado por alguma imaturidade), ter julgado algumas coisinhas como "normais".

Normal é fazer o bem, só isso pode ser normal.Ainda que o mundo esteja decidido a pensar o contrário, ainda aposto no bem.


;)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

SEVEN

24 de agosto.

Hoje acordei e não tinha nenhum torpedo no meu celular, nenhuma ligação não atendida.
Ninguém me procurou para me entregar flores sob encomenda, nem tocaram a campaínha para me presentearem com balões.
Não me arrumei toda para alguma comemoração à noite, nem fiquei durante um mês procurando um presente daqueles criativos.
Hoje é a data em que costumava comemorar meu aniversário de namoro.

No caminho para o trabalho, comecei a repassar todos os lugares em que já fomos comemorar , todos os presentes trocados , toda a expectativa por esperar pela data e todas as juras.
Me lembro que no primeiro ano, voltamos onde tínhamos nos conhecido e alguns amigos estavam conosco (até porque era aniversário de um deles).Depois da 00:00h, nos beijamos , falamos uma série de coisas daquelas que fazem os olhos marejarem e brindamos à felicidade. Todos os nossos amigos nos parabenizaram e virou uma festa linda.
Depois disso, passamos a comemorar religiosamente.
Tenho guardado comigo todos os cartões e até uns guardanapos de onde passamos com frases carinhosas. Ainda não consegui me livrar de tudo isso e nem sei se conseguirei fazê-lo porque durante 6 anos, foi a história mais linda que tive e que deu certo dentro do desse tempo que havia de dar.
Hoje comemoraríamos nosso sétimo aniversário e nem faz um ano que nos separamos.Por isso fiquei um pouco melancólica.

Costumo tentar explicação a dor da separação como um afastamento de si mesmo. É como velar uma boa parte de você. Ao se separar, você abre uma caixa, coloca uma parte sua, suas aspirações, a vontade de continuar no dia seguinte a caminhar pq se tem alguém q julga ser seu do lado. Dentro dela também vai aquela decoração que queria fazer no apartamento quando se mudasse para lá com o bem amado, vai as festas com os amigos que eram maravilhosas, as gargalhadas sem sentido de uma situação que só os dois compreendiam.
Você se afasta com uma saudade avassaladora das ligações durante o dia só para checar se tudo está indo bem. Passa a não dividir com ele seu vinho preferido, deixa de passar no mercado e comprar os petiscos que ele mais gosta.
Ouve a música que costumavam cantar juntos, mas agora apenas ouve e nem canta mais pq está sozinha.
Dentro dessa caixa, infelizmente, também se vai todo o vínculo com a família que já tomava por sua, da esperança que depois de um dia cheio, encontrá-lo, falar sem parar por horas e ser amparada. Nem sempre com o que deseja ouvir, mas de qualquer forma, ele está ali para repartir seu "grande" problema, que na verdade nem é tão grande assim, porque perto dele acaba esquecendo o que se passou mais cedo do que pensa.

O que me intriga é que não há culpados.
Nem eu, nem ele, nem a vida.Aconteceu que vivemos uma história engraçada e bonita de ter visto e sempre me passa como um filme na cabeça, mas que em dado momento, perdeu o fio da meada. É como um mingau que começa a fazer caroço quando se perde o ponto.
É desesperador ver a coisa tomando outro rumo, tudo escorrendo pelos dedos e por mais que bata o pé, que arranque os cabelos, que chore para que todo mundo ouça...não adianta mais. Os ponteiros estão desordenados.

Hoje estou triste porque é a primeira vez depois de tantos anos que no dia de hoje ele não estará por perto e não receberei nenhum cartão endereçado atrás dizendo: " Para a mulher que vai envelhecer comigo", como recebi há alguns anos atrás.

Um dia desses , vindo trabalhar, ouvi no Ipod uma música do Kid Abelha, velha p/ caramba e dizia assim:

" Já conheci muita gente / Gostei de alguns garotos
Mas depois de você/ Os outros são os outros

Ninguém pode acreditar na gente separado
Eu tenho mil amigos, mas vc foi o meu melhor namorado"


Estou aceitando as coisas e tentando mudar outras, mas hoje, ainda que seja só por hoje queria sim comemorar com ele com a mesma paixão que fez parte da gente.
Mas o p/ sempre só durou até a metade...fazer o que?! A vida segue.
E segue sem mais ng q ocupe esse tal lugar. Entende?
Não sei se minha tristeza provém de uma veia da dramaturgia mexicana de sofrer horrores com tudo isso que falei por alto ou pq hj não há ng aqui perto.
Ninguém p/ correr atrás de mim em aeroporto cheio , gritar meu nome e impedir que eu embarque. Ninguém que chega na minha casa pingando de chuva e fala que não vive sem mim, ninguém que manda flores de um helicóptero ou ninguém que compre um suflair ali na padaria.... Esses filmes, olha como eles fazem a gente viajar,né?
Queria tanto, mas tanto que alguém fizesse um enquete (tá, um dia eu faço) e respondesse quantas cenas idiotas de romance pastelão já aconteceram em sua vida....

De triste à revoltada. Bom que vcs acompanham minha geminianidade.


Tudo vai ficar bem!



=/

domingo, 23 de agosto de 2009

mais uma do eme esse ene

(diálogo insano da minha prima Tati cmg, no msn)



"Tatyana" diz:
caracaaaa, pq o cabelo do toni garrido, cresce primeiro q o nosso?
Selminha diz:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Selminha diz:
pq as vezes nem é dele.
"Tatyana" diz:
ele cortou os dread pouco tempo
"Tatyana" diz:
ja ta no ombro
Selminha diz:
pára de por olho gordo em cabelo de cantor, Tati
Selminha diz:
afffffffffffffffff
"Tatyana" diz:
mas é
"Tatyana" diz:
vou fazer dread entao


=P

Voltando para casa....(quase)

Sábado à noite passei no Fe para sairmos e a Ro,mãe dele, figura descoladíssima já perguntou que horas iríamos chegar +/-.

Ele:
-Mãe, a gente vai logo ali...dorme manhê, dorme, nem espera a gente.
Eu :
- É Ro, a gente não vai voltar tarde não. Vou vir dormir aqui, nem se preocupa...
Ela:
- Não é por nada, Sé, mas não tenho tempo p/ nada, só trabalho, meus filhos não ficam comigo, o Felipe só sai o tempo todo, nunca vejo meu filho em casa, e asbndaskhdaosfhaoisfhaoiusfhaofaofalfnlfnafhakngoeirgçelmgafngalsgn.

Não sei como o Fe conseguiu desenvolver a técnica de “enquanto minha mãe emite som de cobranças, eu não ouço além de dois minutos”

Saímos.
Bebemos.
Encontramos alguns amigos, fomos para a casa deles.
Ficamos por lá.
Acordamos no domingo 10:00h.

- Fe, vou embora.Vc vai p/ sua casa?
- Vc vai comigo.
- Não.Pfavor, não me faça enfrentar sua mãe...Misericórdia!!!
- Não há o que discutir, vai subir comigo e ponto.

Chegamos ao 5º andar.Abrimos a porta, fui p/ cozinha tomar um café, Fe foi tomar banho.
Rosana aparece.

- Oi Ro.
- Sé, quer comer?
- Não, não.Só café ta bom.
(Felipeeeeeeeeee socorro....socoooooooooooooorro)
- Puxa vida, se vcs tivessem falado que não voltariam, eu não ficaria que nem uma trouxa esperando a noite toda. Vcs beberam até agora?
- Nã....
- Porque peloamordedeus...Custava voltar,onde vcs estavam?
- Ent...
- Até desconfio...na casa do Gui e da Aline? Pq o Felipe, sabe, esse não tem casa mesmo...Mas poxa, olha q horas são...
- Sab...
- Qdo for assim, já fala logo...e jabsdjkagsdfiagfksgfkasgfblklasfsooajfoiyhrtjbjsjklabgçasdkjfoiashfsangsangoajbguithnjkasçdbaijsgbaosdngoashgoasngdoasmglamglkmga~sjmgdóaknsgkasdmgasjdgas~mgdklhgãslkdgnas
- Ro, vc ta certa.

Felipe passou por mim e eu o segui.

- Meu, vc só me coloca em roubada, Fe....sua mãe falou váááárias...noooooooossa.
- Jura?!Nem ouvi....quer mais café?

:p

Onde está vc agora???

Ontem (22/08) eu, Felipe e Alemão estávamos num bar super gostoso (Veneza) esperando por uns amigos queridíssimos (Aline e Guilherme) , trocando miudezas boas e ásperas da vida.
Taí uma coisa que sempre vou repetir porque é algo que é p/ mim uma das maiores maravilhas: Mesa de bar com amigos. Desestressa , desobstrui os canais de cansaço extremo, ativa os melhores músculos da face, quando se ri e invariavelmente se ri muito. E têm pérolas. AS melhores idéias e as mais sinceras observações são feitas em mesa de bar.Já disse que não confio muito em quem não bebe nadica de nada. Há de se beber ao menos o fundinho da tacinha de champagne no Ano Novo pelo menos,pq um ser humano que não bebe NADA, desconfio um pouquinho, desculpa gente...mas é uma coisa minha.
E estávamos nos deliciando com Stella Artois ,a deliciosa Quilmes e umas doses de tequila (quis falar das marcas pq apesar de ser apreciadora nata de cerveja, nunca tinha bebido essas e amei!!!) e o Felipe lançou:

- Selmaaaaaaa. Seeeeeeeeelma. Prestenção. Tenho uma teoria p/ nossa solteirice, de nós 3. Nossos pares estão em Lost.
- Que? Na ilha de Lost?
- Não a famosa, mas em outra ilha que também sechama Lost. Só pode ser, pq a gente....ai né amiga? Saímos tanto, somos pessoas tão legais e civilizadas, não é possível que nossa cara metade esteja no mesmo continente que a gente. Estão na ilha!


Dei muita risada.
Realmente, deve estar bem longe de mim pq um amor daqueles com gosto de “quero –que-seja-eterno” ta ruim de acontecer.
As pessoas ficam paralisadas frente à possibilidade de se machucarem e não se entregam,não são leais aos sentimentos dela e quiçá do outro que está na mesma estrada sentimental que ela percorre.Uma tristeza. Uma grande pena que o maior dos sentimentos e o único que pode salvar a humanidade, que é o amor, está escasso, encolhido em algum vão entre poesias e poeiras.As pessoas antecipam algo que talvez possa vir a ser um sofrimento e acabam por perder o que pode se tornar uma grande cura para o espírito.
Mas eu não penso assim, nem de longe...Amor com medo?Nãããã....Eu quero mais é um amor que tome conta de cada parte de mim, que ative minha serotonina e exale por todos os poros, que faça com que minhas vísceras, todinhas elas, o conheçam e saibam que agora é ele, o amor, quem toma conta de cada função do meu corpo.Quero um amor que não precise de medidas de cautela, que não se prenda a passado, que saiba que todos os dias morremos e exatamente o hoje tem que ser intenso porque é nosso último dia.A única certeza que temos.
Quero é acordar no meio da noite e me certificar que tem alguém ao meu lado que mal se cobre para me dar a maior parte do cobertor , que ressona num sono abençoado, que se mexe um pouco, ameaça abrir os olhos, mas se ajeita automaticamente ao meu corpo e continua dormindo.Quero alguém que ria exibindo covinhas, que brigue comigo pela minha chatice que acontece de vez enquando, mas que compreenda que meu amor por ele é incondicional.
Alguém que me busque na chuva, alguém que eu possa fazer lembretes com frases curtas de amor,que cheire a pecado e perfeição, que tenha olhos de menino.Alguém para dividir a conta, a cama, o jornal, a conquista, a pasta de dente e todos os melhores sorrisos.
Quero alguém para que no meio de uma roda de amigos, leia mesmo à pouca distância meu olhar de admiração e orgulho ,que só é capaz de acontecer porque ele é a melhor manifestação de paixão que já existiu. Alguém que nem saiba assobiar como eu, que me ensine a jogar xadrez, que use All Star às vezes, que cantarole mexendo nas gavetas , que não tenha fortuna, mas que tenha um caráter precioso.

Então.....


Se meu par estiver na Ilha de Lost nr 2 e se por acaaaaaso (não custa tentar, vai) tiver um palm top (com bateria imortal) para acompanhar o que eu escrevo , isso tudo é p’ra vc!


*Ah,querido, só mais uma coisa... Chega logo ,ta?E traz o par do Fe tb!!!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

TRRRRIIIIIIIIIIIIIMMMMMMMM

Hj fui ao cabeleireiro.
É um salão que cuida de cabelos étnicos ( tóin-nhóim-nhóim, carapinha, duro, crespo....ou étnico) e estou eu na cadeira, quando...Nossa Senhora da Passarela,entram 3 negros LIN-DOS! Dois sentaram-se nas cadeiras ao meu lado p/ cortar o cabelo e o outro num sofá de espera, atrás de mim.

O problema é q hoje estou fazendo relaxamento no meu cabelo e deixo para fazer quando a coisa já está em estado de calamidade pública.Robinho, meu querido cabeleireiro, dividiu meu cabelo em 6 partes e o prendeu para cima com piranhas multicoloridas. Cada mecha que ele solta, vai passando a química na raiz, um creme branco.Creiam-me: é a visão do inferno.
Imaginem um cabelo todo para cima,sendo que três dedos dele estão empanzinados de creme e uma parte presa com piranhas coloridas...

Ai Deus! E esses caras olhando e eu querendo ser tragada pela terra. Há alguma possibilidade de trocarmos telefones? Não. Eu na minha solteirice latente e quando me aparece uma oportunidade de aumentar meus contatos e quem sabe fazer um cruzeiro com um deles, tomando Martini Apple e rindo como a Laura de Celebridade, estou nessa situação e não há simpatia e beleza interior que combatam essa primeira impressão.

O que eu devo fazer? Me levantar, pegar um café, passar por esse mais lindo que está atrás de mim e dizer: “ Que tempo doido esse, hein?! Bom para tomar um vinho... Nesse friozi...” e antes que eu termine a palavra ele tira do bolso um aparelho portátil de dar choque, me paralisa e eu sou enviada para uma clínica de estudos.
Quando a gente pensa que a maré ta ruim, vem um Tsunami e acaba com o nosso restinho de esperança.

Será que é um pesadelo?
Toca despertador!!! Toca!!!

BUSINESS

Antes de mais nada, não sou santa. E detesto discursos panfletários, recheados de hipocrisia barata.Entretanto, se tem uma qualidade da qual eu me gabo é honestidade.

Devo isso aos meus pais e em toda formação de meu caráter, temperada por verdade, preto-no-branco, escreveu-não-leu-pau-comeu, se não é teu neguinho, devolve!

E sabe-se lá Deus, talvez pelo fato de falar pelos cotovelos e ser na mais das vezes extrovertida,alguém , algum dia falou: vc é a cara de vendas. E to na área comercial há muito tempo, passei um tempo fora do meio lecionando, mas acabei voltando.P’raqueles que não sabem,a área comercial é mais ou menos o purgatório.É aquela sala de espera do dentista, é insônia, é mês que voa, é escovar os dentes de manhã durante o banho calculando qto falta p/ bater a meta,é ouvir mais “não” do que cara bêbado em balada, é ter que fazer a série “24horas” se transformar em “12horas”.É ter uma comissão ali, quase na mão, frente a um contrato bacanérrimo e dois dias depois o q era 99% de certeza de dar certo, perder para 1% de chance de dar errado.Em suma, é mais ou menos isso, minha gente.

E muita gente diz , e não deixa de ser verdade, que muitas vezes é uma área desonesta, pq dizem que todo mundo tem um preço. E vc quer saber o que eu penso? Não é verdade. Nem todo mundo tem um preço material coisa nenhuma, não senhor.
Cara, não quero q esse texto caia num folhetim, mas acredito que ainda existam pessoas que não estão na promoção e que não possam ser compradas. Ainda acredito na dignidade do ser humano, na coisa de praticar o bem, de confiar na lei do retorno. Falo isso com a maior franqueza que tenho: O mundo ta um caos, neguinho ta matando neguinho, a política fede, gente ta rifando a Lua (sim, a Lua...mas vou escrever sobre isso depois).Mas eu juro, juro que boto fé no ser humano.Sabe por que? Por que eu ainda vejo gente devolvendo troco que veio a mais p/ cobrador de ônibus, ainda vejo gente falando em fila de mercado que tal mercadoria não foi cobrada , porque vi outro dia um homem devolvendo uma boa grana p/ um caixa do banco que tinha pago a mais do que deveria p/ cliente. Vc não tem idéia do quanto isso me deixa feliz, pq isso prova que nem sempre o homem é fruto do meio em que vive.

E daí...num âmbito geral estamos num sistema capitalista que vive à base de troca ilegal, propina, persuasão remunerada, agradinho...chame do que quiser...eu chamo de desonestidade, de falcatrua, de sujeira. Pagou um cara p/ ter vantagem em qq coisa,p/ mim já é um serviço fácil e sem mérito algum.

Ontem tive uma reunião que durou das 15h – 19h e o tema mais abordado foi que tínhamos que gerar mais receita, que estávamos em declínio, que é fechamento de mês e et Cetera. E o papo deu volta e falou-se de estratégias e sempre a saga dos relatórios eeeee:

- Selma, e as parcerias tal, tal, tal e tal?
- Tal é isso. Tal2 é aquilo,tal 3 é aquilo e tal 4 aquilo outro.
- Precisamos acelerar o processo.
- Semana que vem tenho visita e reunião, fecharemos....ta td caminhando bem!
- O que vc vai dar?
(ai ai ai ai...querem me prostituir...sabia q esse dia chegaria...aaaaaaaaaaaiiiiii)
- Eu? Vou levar as propostas e ta ta ta (ng quer saber esses detalhes, ok)
- Não. To falando do “faz me rir”.....Aaaaaaa....ng fecha nada assim rápido de graça.(e foi qdo eu ouvi) Todo mundo tem um preço. Duvido que se vc der alguma coisa, não dá certo.Claro que sim.

Silêncio.
De verdade. Silêncio.

Continuaram falando entre si,eu fechei minha pasta e só fiquei lá de corpo.
O mundo todo faz isso? Todo mundo já passou por isso? Isso é normal?Ok.
Vc quer saber? Se o mundo está como está é pq as pessoas estão achando tudo muito normal, pq nada tem muita importância e oferecer $ p/ alguém ou qq outro tipo de benefício p/ levar vantagem é totalmente corriqueiro. Mas p/ mim não.

Hj falei p/ minha supervisora que prefiro conseguir algum mérito em médio/ longo prazo e que prefiro não pegar atalhos e junto com outras coisinhas, iniciei uma mini guerrilha.
Tenho milhares de defeitos e posso ter insônia por pensar em como atingir minhas metas e me preocupar com o trabalho, mas prefiro isso a não dormir por falta de caráter, por ter trapaceado.
To levando a sério demais?
As pessoas estão levando a sério de menos...


PS.: alguém tem um empreguín por aí? Acho q minha casa ta caindo....rsrsrsrs

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Um pouco de suspiro...

Ele tem olhos que falam por si.
Olhos que carregam consigo uma sonoridade apaixonante.
Que fazem, junto com o sorriso que graceja a cada palavra falada, um espetáculo hipnotizador.

Tem em si o dom de viciar, de encantar gratuitamente, sem sequer o mínimo esforço.Basta que ele esteja logo ali ou acolá , porque de perto a vontade que dá é de pedir em nome do que mais lhe for sagrado que não se afaste, que fique ali bem próximo porque é só com ele assim que a vida enche de cor, mesmo num dia nublado.

O dia está irriquieto, com uma sobrecarga de coisas e ele chega.Chega e ilumina .Sem pedir licença, atravessa meu pensamento, me embriaga com aquele cheiro, com uma bagagem de bem estar.E não dá p'ra ficar ao lado dele sem pensar em pisar na grama descalça, sem se imaginar andando na beira da praia, sem pensar em como seria bom vê-lo dormir e zelar pelo seu sono.

Para ele tudo parece tão fácil, a vida em suas mãos é tão leve...
É isso...ele é cheio de vida e me traz vida toda vez que vem.

Se isso tudo tem nome , eu nem sei...só sei que qualquer tempo longe dele é tempo que se perde....E me pego pensando: Vai ver q esse vazio que eu sentia antes e toda aquela saudade era ainda de alguém que não conhecia e de alguém que ainda estava por vir. E agora que sei que era dele....Ah!!!!Agora que sei que era dele, nunca mais quero deixá-lo partir!


Selma Fonseca.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Astros

Cara, preciso muito agradecer aos astrólogos e toda essa galera que publica livros, blogs, revistas e todo documento legível que fale sobre signos. Sempre salvam minha pele (ou acho q salvam) em diversas situações, mas como ainda me resta um pouco de dignidade (bem pouco acredito, pq agora estou entrosada com essa vida da esbórnia que inclui bebedeira, volúpia, luxúria e jogatina, sobrou pouca...), vou usá-la antes q acabe de vez e assumir que sou geminiana e tudo que me acontece eu boto a culpa no signo.

Outro dia, uma amiga do trabalho manda: “Vc está de mau humor? Aconteceu alguma coisa?” Eu: “Não, não...é só um pouquinho, daqui a pouco passa...Sabe como é, sou geminiana e tenho oscilações, é mto difícil até p/ mim,mas é assim” (se ela fosse uma ínfima parte de mim, me aconselharia a tomar um Gardenal ou Prozaquinho de leve q resolveria melhor...rs).
E vem outro comentário de outra pessoa : “Amiga, vc ta lendo dois livros? Tipo, mas assim, não te confunde?” Eu de novo..hehehe : “ Nada...porra, geminiano é muito assim cara...sei lá, a gente faz uma coisa , já ligada na outra ...é na verdade um dinamismo absurdo..”
E outras : “é, dei uma sumida mesmo...pq geminiano tem dessas, a gente curte um ostracismo raríssimas vezes, mas curtimos” / “ comecei academia 3X ,mas não completei nenhum período pago pq como boa geminiana, não tenho constância”(mando essa di-re-to) / “ ai meu Deeeeeeeeeeeeeeus...to apaixonaaaaaaaaaaada, vou morreeeeeeeeer....Pq sou geminiana? Pq Deus? Pq me entrego tanto??? Queria ser discreta como o virginiano ou segura como leonina...mas não...Sou geminiana da gema.......inteeeeeeeensa....Por queeeeeeeeeeeeeeee???”
E daí o Retorno de Saturno ...e toda vez q falo do Retorno de Saturno a Gabi surta, velho. Ela surta. Outro dia estávamos na praia deitadas de preguiça e ela falou : “Ai amiga, esse ano faço 27. Puetz, logo vou fazer 30...Não quero fazer 30.Deve ser...puetz...nossa”.Eu: “É.Péssimo. Vc vai morrer, vai odiar.Se prepara, aproveita q eu to sendo bacana e te avisando antes de vc entrar no Retorno de Saturno.” Gabi: “Ai amiga, é assim mesmo? Fiquei encanada agora.” Me again: “ Relaxa, o Retorno só vai dos 28 aos 30 anos...” .
Ela levantou e foi pegar mais breja, acho q mudamos de assunto depois.

Sempre tenho ótimos papos com a Gabi, vai ver q tb seja pelo fato de ela ser libriana e eu como boa geminiana....................................................................blás blás blás.

=)

OITAVO PECADO.

Deve ter um montão de pecados soltos no mundo, a lista é abundante. Dos 7 pecados capitais,conhecemos aqueles bíblicos e que deram origem ao filme "Seven" (bárbaro e super indico). Vou forçar a memória para pontuá-los: vaidade, inveja,ira,preguiça,avareza,gula e luxúria.

Não quero falar de nenhuma religião, porque dado o livre arbítrio casa um escolhe o que for melhor, cada um prega o que acha correto, cada um fuma o cachimbo que quiser ou na base funkeira, cada um no seu quadrado.

Quero aproveitar o espaço só para citar um pecado que acho o pior de todos, que está fora da lista dos 7 tops e que me chateia imensamente.Semana passada, acabei assistindo um pedaço do Jornal da TV que falava de uns certos pastores , delegados por um certo Bispo que estão sendo acusados por lesarem os fiéis materialmente. Já tinha lido alguma coisa à respeito, mas não me aprofundei em pormenores da causa.Foi daí que vi e fiquei realmente triste.

O que assisti foi um show de horrores, gravações de pessoas sem muitas posses, assistindo ao culto, orando fervorosamente, aos berros, aos prantos...Estavam ali implorando para um Deus que as ouvissem, que as curassem, que as perdoasse.Estavam depositando toda sua carga de fé, lavando suas almas em desespero para que fossem ouvidas. Mas essa parte é linda, as pessoas motivadas pela fé, suplicando, acreditando...O que me entristeceu e me chocou foi o ABUSO da fé por homens de nenhuma fé, de nenhum respeito ao ser humano.As gravações mostravam alguns "pastores" pedindo doações de $5 mil, $10mil e usaram a segte frase " pega a chave do seu carro , o documento, assina aqui e deixa no púlpito".Sim, as pessoas deram o que tinham nos bolsos...tudo o que tinham.

Fiquei pensando, pensando e me entristecendo. O mundo está carente de vida espiritual, sedento de verdade, de esperança e vem um cara, um aborígene, um monstro e vende essa esperança e rifa a salvação, na base de quem dá mais, será escutado primeiro por Deus.
Para mim, este é o maior dos pecados que há de existir.Roubo.

No livro " O Caçador de Pipas", o "Baba", pai do personagem Amir, citou que o pior de todos os pecados era o roubo e explicou: "Quando vc mata um homem está roubando uma vida/está roubando da esposa o direito de ter um marido, está roubando dos filhos o direito de ter um pai/Quando mente, está roubando o direito de alguém saber a verdade.Quando trapaceia, está roubando o direito à justiça".

Nesse contexto, o canalha ,inescrupulosamente, está roubando de milhares de pessoas a esperança, a dose diária de fé, de se estribar em alguém para sair do pesadelo de sua vida.Enquanto a pessoa cegamente acredita em tudo isso, tudo bem, ninguém ousa falar criticá-lo porque não aceita, mas quando essa boa pessoa abre seus olhos....Imagina a dor que deve sentir, a devastidão e o vazio de ter depositado sua vida em mãos que usaram um nome santo para persuadí-lo. Tamanha desilusão pode simplesmente acabar com uma vida ou com várias delas.

Por isso, listo esse tipo de pecado como o 8º e pior de todos os outros.


Selma Fonseca.

sábado, 15 de agosto de 2009

POOR...MONEY...RICH...BIG BEN

Alguém falou q dinheiro não traz felicidade.
Ô minha gente querida, ô população mundial..Rapaz, quem foi o pobre lazarento com dor de cotovelo q inventou isso??? Pq esse cara ferrou todo mundo, é a frase mais conformista q já ouvi.

Hj tava lá, vindo da vida Severina esperando o bus no ponto e refletindo sobre isso.Pobre tem mania de falar : “ Ah, vc sabe q eu prefiro ser pobre,pq rico não sabe o que é amigo de verdade...Olha, meu patrão, PO-DRE de rico, ta sempre de mau humor e cheio de gente interesseira perto dele.Eu, sou pobre, mas tenho amigo”.
Daí essa pessoa enche o peito de orgulho e segura bem forte no ônibus cheio p/ não cair e p/ marmita não cair junto. Gente alo-ou...E por acaso a gente q é pobre sabe quem é nosso amigo de verdade? Não é melhor conviver com essa dúvida com grana no bolso?

Outra pérola fala (e essa é de amargar a alma) : “ Vc viu, Beltrano? Taaaanto dinheiro e ficou doente e morreu...De que adianta tanto dinheiro se não serve p/ comprar saúde?”
Nossa Senhora da Bicicletinha (como diz a Rosana), vamos raciocinar...O elemento q faz esse tipo de comentário não parou p/ pensar um pouquinho q diferente do rico, o pobre não tem nem crédito no bilhete único p/ subornar alguém p/ ficar na fila do Hospital p/ ele e acaba morrendo ali mesmo por falta de atenção, por falta de lugar e claro, por falta de grana.

Deve ter tido algum tipo de “bingo Universal” que garantiu p/ algumas pessoas alguns privilégios em vida. Amores, não to falando de gente q rala e tals, to falando de gente q já nasce com a senha número 01 ou 02 da sorte...Diferente da gente q tem a senha 145.158.968.256.586...
Alguém deveria rever tudo isso , alguém tem que abrir uma ONG que reivindique ônibus sem gente que ouve MP3 sem o fone de ouvido p/ todo mundo acompanhar, sem gente que liga no seu trabalho e diz: “Gostaria de falar com a Telma.” E eu respondo:"Não seria Selma?” e a pessoa: “ Acho q é Telma ou Célia” e eu na educação habitual (grrrr):” Senhora, só tem Selma e sou eu.Posso ajudar?” e : “ Ah, serve vai...”. E essa ONG deveria acabar com gente que acompanha músicas e canta só o finalzinho pq não sabe a letra e também, em primeiro lugar na lista, com todos os pensamentos de qualquer pessoa q falem que dinheiro não é tudo.
Gostaria de dar a dica de que toda vez que alguém falasse: "Creusa, p’ra qa gente vai querê tto dinheiro se a gente vem no forró e ó, ói: gasta com 2 cervejas pq o Lidileyson e o Mironévio pága os espetinho ...Quer vida melhor?” Caísse um míssel e destruísse essa espécie.

Bom, fica aí a sugestão, sei lá....=/

todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite....

Porra velho...é sábado à noite.Tudo bem q saí na quinta e na sexta e cheguei junto com a aurora do dia e depois fui trampar, mas ainda assim meus caros amigos, ainda assim...É sábado à noite.
E estou em casa e carentaaaaaaaaaaaaça.Quero um colinho, um edredom no sofá.

Daí, agora tava vendo minha agenda olhando uns números e lembrei dos comentários de umas amigas sobre cada relação Titanitesca que tenho...Ouço coisas do tipo:
“Nãããã...esse cara não é p/ vc, amiga. Vc é muito mais que isso , olha p/ vc meu...Pára tudo” / “Ele é inseguro, amiga. O problema não é vc, o cara não quer se envolver.Melhor assim, pq cara inseguro ng merece...” / “Xiiiiiiiiiiiiiiii....quem? Vc ta saindo com quem? Esse cara deveria colocar uma plaquinha de bordel na casa dele, aliás todos os ambientes deveriam ter luz vermelha. Amiga, corre bem rápido dele e não olha p/ trás!” / “Então Sé, mas aquele fulano lá...ai, sei não...ele tem uma coisa q não desce, sabe? Uma coisa q , ai sei lá meu...se eu fosse vc...”

E eu aqui, sem um Diarzepanzinho básico ou 40 litros de maracujina ...
Anotações de Caderneta


Relatos verídicos sobre a minha pessoa:

“ detesto seu mau humor pelas manhãs...posso falar com vc só depois das 10h? É importante, fala comigo!!!” (Perôn; poucos anos atrás)
“ que dó dessa roupa nova,vai ficar horrível daqui um tempo... do jeito que seu guarda-roupa é uma bagunça” (minha mãe; sempre)
“ ta inventando de novo, né menina?!” (meu Tato Sílvio; muitas vezes)
“ Tia, qdo vc crescer e for adulta, dá aquele cobertor azul que vc usa p’ra mim?” (meu sobrinho Tato Sérginho; ano passado)
“ aaaaaaaaaaaa Selma, perdeu outro brinco meu? “ (minha irmã Sá; sempre)
“ eu vi o estado que vc chegou ontem e não me vem com aquela história de q só foram 2 cervejas!!!” (minha mãe; 3 ou 4X na semana)
“Amiga, quer que eu procure?! “ (Sam; depois q alguma coisa se perdeu pela milésima vez na minha mesa)
“ Só estou fazendo um comentário, por favor, pára de ser irônica” (minha chefe; algumas vezes)


Calma, ainda tenho solução....(acho?!)

“Tava pensando em um monte de amigas minhas outro dia e a Paulinha perguntou qual era seu defeito e eu respondi: Puta cara, não consigo apontar defeito assim de cabeça na Selma....” (Gabi; talvez há um mês)
“ Vc é explosiva, impulsiva, brava, agitada, às vezes tempestiva...mas meu Deus do céu...como vc beija bem (...)!!!” (W.D. ; ....rsrsrs...um dia)
“aaaaaaaa que linda, vc conseguiu tirar uma música sozinha?! Que orgulho!” (minha mãe;1 mês atrás +/-)
“Se fosse para ser outra pessoa, seria a Selma” (Perôn; legenda de uma foto minha no álbum dela um tempo atrás)
“ Amiga, vc pode ser absolutamente tudo que quiser, pq vc tem todas as pessoas e todos os mundos dentro de vc!” (Regina, meu amor; meses atrás)
“Não fique triste,pfavor, pq todos carregamos uma parte de vc com a gente e qdo fica assim, inevitavelmente ficamos também” (meu Tato Sílvio; final do ano passado)
“ Vc é mais que minha amiga, vc é minha irmã e te amo para sempre, não importa nada do que vc possa fazer..mesmo q for mto, mto ruim” (Tati Branca; sempre)
“Conto no máximo com 5 amigos verdadeiros....no máximo.E vc está entre eles” (Felipe; no Ventania há um tempinho)
“ Nossa Duda nasceu!” (minha amiga Pri, dividindo comigo o melhor momento da vida dela qdo foi mãe, há poucos meses)

“ Bááááá! Eu AMA, AMA, AMA!!!” (minha Vivi no meio de um sorriso, falando q me ama. TODOS OS DIAS!)

Bem,sobre as coisinhas ruinzinhas q falaram p/ mim com mto carinho ,sou no mínimo o dobro disso mesmo...rsrsrs
E sobre a outra parte....Sou um terço das coisas boas que falaram de mim, perto da imensidão que essas pessoas (e muitas outras q não citei) tem dentro de si.Sem toda essa imensidão, jamais me veriam assim pq nada mais sou do que uma ínfima partícula da riqueza que elas carregam e de qualidades inenarráveis, uma delas o dom de me ajudar nessa caminhada da vida.
Quem eu sou? Sortuda pq tenho a melhor família e o melhor time de amigos do mundo!
AMO VCS!