quarta-feira, 23 de setembro de 2009

.futuro do pretérito.

Hoje estava chovendo muito pela manhã.
Desci no ponto de ônibus próximo ao trabalho e enqto o farol estava fechado, ao lado da faixa, estacionou um carro preto, desses modelos novos.
Saiu de dentro dele agilmente, uma mulher bem apessoada, de óculos, cabelos úmidos e rindo...Não gargalhando, sorrindo de alguma coisa engraçada que acabara de ouvir.Deu a volta no carro e abriu a porta de trás.

- Vc é tão engraçada! Vem filha, vem logo porque estamos atrasadas.
- Mãe, abre o guarda-chuva.
- Não precisa, eu te protejo, vem...eu pego a mochila.

Em frente era a escola da criança. A mãe cuidou para bater a porta do carro e proteger a filha (de cerca de 4 anos) com uma parte do casaco, cobrindo-lhe a cabeça e seguiram a caminho do portão.

Me distrai e nem percebi que o farol tinha aberto sei lá qtas vezes, elas ficaram conversando algumas coisas entre risos enqto esperava a abertura do portão e eu segui andando.
Andando e pensando naquela cena...naquela e nas antecedentes.
Vi a mãe se preparando p/ levar a menina, correndo com o café da manhã, convencendo o relógio a se atrasar, driblando alguma preguicinha da criança presente no alvorecer chuvoso e na hora que estava quase parando o carro, quem saberá a pérola que a pequena soltou que desangatilhou o seu riso?

Qual será essa seleção louca que a vida faz,né?
Quem de fato é escolhido para ser mãe, p/ levar o filho p/ escola, p/ protegê-lo da chuva e voar p/ casa p/ preparar-lhe o almoço?
Quem é selecionado para contar uma boa história e velar o sono de um téquinho de gente?

Me imaginei nessa situação algumas (muitas) vezes na minha vida...tinha esquecido de um sonho remoto, mas qdo me deparei com essa cena foi como sentir saudade de um futuro que seria hoje, que nunca chegou a acontecer e que nem aspiro mais.

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